Histórico - há 40 anos um trio de San Francisco, Califórnia, lançou um álbum tão cru, mal lapidado e barulhento que muitos o consideram como a gênese do heavy metal. O nome dessa banda? Blue Cheer, inspirado numa variante de LSD (tanto que na contracapa há uma frase do químico Owsley Staley, mago do ácido lisérgico).
Corria o ano de 1968. O mundo musical ainda curtia a ressaca psicodélica do ano que passou, ecos de Sgt Peppers do Beatles, Traffic e Cream ainda povoavam a cabeça da galera. Do outro lado do oceano, em São Francisco, berço do movimento hippie e de bandas como Jefferson Airplane e Grateful Dead surgia o primeiro trabalho do Blue Cheer, Vincebus Eruptum.
Esse álbum foi uma pedrada na onda de paz e amor hippie. Agressivo e barulhento, Dick Peterson (baixo e vocal), Leigh Stephens (guitarra) e Paul Whaley (bateria) já demonstravam na capa do disco que não vieram para fazer amigos: os três encaram o ouvinte como se dissessem “dê o play se tiver coragem”. Logo na primeira faixa, a banda mostra todo o seu poderio bélico sonoro. “Summertime Blues”, rock da década de 50 composta por Eddie Cochram ganha um peso que faz a versão do The Who parecer uma cantiga de ninar. Bateria pesada, guitarra distorcida, baixo grave e um vocal nervoso ditam o tom do álbum. Reza a lenda que a banda queimou uma mesa de som do estúdio durante a gravação do disco. Após o soco no estômago da primeira faixa vem outro cover, o blues “Rock Me Baby” tocado de forma arrepiante. Essa era a proposta da banda: tocar blues de forma agressiva e pesada, não de forma psicodélica como faziam outros power trios da época, como Cream e Jimi Hendrix Experience.
Lançado em 1968, o álbum alcançou a respeitável décima primeira colocação na “Bíblia da Música”, a revista Billboard.
Ficha Técnica
Ano - 1968
Gênero - Rock, garage
Gravadora - Philips
Produzido por: Abe "Voco" Kesh
Faixas
1 - Summertime Blues
2 - Rock Me Baby
3 - Doctor Please
4 - Out of Focus
5 - Parchment Farm
6 - Second Time Around
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